segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

UNIFICAÇÃO DAS POLÍCIAS E DO PISO NACIONAL (PEC 102)

No vácuo da Proposta de Emenda Constitucional Número 300, a PEC 300, que visa estabelecer um piso salarial nacional para as polícias e bombeiros brasileiros, o Senador Blairo Maggi (PR-MT) emitiu uma nova proposta no Congresso Nacional, que se envolve com a questão salarial das polícias, ao tempo em que visa autorizar aos estados a unificação de suas polícias, ou seja, tornar a Polícia Militar e a Polícia Civil uma única corporação.

A PEC 102, que já está em debate em alguns fóruns policiais brasileiros, possui em seu corpo as seguintes propostas centrais:



- Criação de piso salarial nacional para a polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares, mediante subsídio fixado em parcela única;


- Designação de um fundo nacional (vinculando percentuais do orçamento), com participação da União, dos Estados e dos municípios, visando a suplementação do Piso Salarial;


- Faculta União e Estados a adoção de polícia única, cujas atribuições congregam as funções de polícia judiciária, apuração de infrações, polícia ostensiva, administrativa e preservação da ordem pública;


- Organização das polícias únicas com base na hierarquia e disciplina, e estruturação em carreiras, sendo os delegados das polícias civis e os oficiais das polícias militares transpostos para o cargo de delegados de polícia;


- Criação de um Conselho Nacional de Polícia;


- Autorização às guardas dos Municípios o exercício de atividade complementar de policiamento ostensivo e preventivo, mediante convênio com o Estado.


Leia a proposta na íntegra…



A proposta parece surgir acompanhado de um oportunismo político, uma vez que policiais e bombeiros de todo o país estão acompanhando atentamente os passos dados pela PEC 300, projeto mais antigo e semelhante à PEC 102 em relação à política salarial. É um retrocesso aliar a discussão salarial a tema tão espinhoso como a mudança do modelo de polícia, algo que mexe com vaidades corporativas hipersensíveis (principalmente nos altos escalões).



Sobre este tópico, a unificação, cabem muitas discordâncias, embora a maioria dos policiais militares da base da pirâmide (cerca de 61%, segundo pesquisa conduzida pelo Ministério da Justiça) vejam na medida um horizonte de melhoria – a maioria destes como uma espécie de “fuga” do ambiente hierárquico-disciplinar das PM’s. Embora se possa concordar parcialmente com esta orientação, não se pode acreditar que os policiais civis se sintam tão respeitados e valorizados assim.



Administrativamente há pouca viabilidade em uma unificação, pois se já há dificuldades de gestão governamental nas atuais polícias, boa parte delas já hiperdimensionadas, o que dizer de uma estrutura com cerca de 150.000 homens, como uma possível polícia única em São Paulo? Como estabilizar as culturas distintas, antípodas? Com a tendências das especializações, com os BOPE’s, COE’s, GATE’s e outras unidades, que efetividade teria a tal unificação? E as guardas municipais citadas no texto da PEC, passariam a compor as megapolícias em algum momento (já que a lógica é unificar)?



Como disse recentemente o sociólogo Marcos Rolim sobre uma possível redução de custos com a unificação das polícias, “o que duplica os custos não é a existência de duas polícias, mas o fato de que ambas se envolvem com os mesmos temas”. Ou seja, PM’s e PC’s são, ambas, meias polícias: não no sentido estrutural, de composição de meios, mas no sentido da competência, da missão. Por isso é sedutor (e um imperativo de eficiência) que as polícias civis realizem a atuação ostensiva na rua, e que a polícia militar realize a investigação através dos seus serviços reservados. A unificação que se necessita é dos ciclos (quem patrulha e prende, investiga!), não das burocracias.



Fonte: Abordagem Policial (Danillo Ferreira)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Termina greve de bombeiros e policiais do Maranhão

Terminou nesta sexta-feira a greve de policiais militares e bombeiros do Maranhão, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Os grevistas tiveram reajuste de 10,46% que passa a vigorar a partir de janeiro, e aumento do vale alimentação de R$ 250 para R$ 300, a partir de agosto de 2012. Os salários sobem de R$ 2.028 para R$ 2.240.

A categoria estava em greve desde o dia 23 de novembro. Durante a paralisação, a Força Nacional e Exército fizeram a segurança do estado.
No dia 30 de novembro, bombeiros e policiais rejeitaram a proposta de reajuste de 10,1% apresentada pelo governo. A reivindicação inicial era de um aumento de 30% nos salários, além de outros benefícios. Os policiais civis do estado continuam em greve.

DEPUTADO PARTICIPA DE AUDIÊNCIA SOBRE PEC 300

Na manhã desta sexta-feira (18), o deputado federal Mendonça Prado (DEM/SE) participou na cidade de Salvador da audiência pública intitulada “PEC 300: Verdade e Mitos”. O evento aconteceu na Assembléia Legislativa da Bahia e contou com a presença das principais lideranças e autoridades, que direta ou indiretamente, têm relação com a Segurança Pública no País.

“Foi uma satisfação imensa está na Bahia lutando por uma causa tão importante para a sociedade brasileira. Precisamos de mobilizações como essa, para que esse projeto legislativo seja concluído com a aprovação imprescindível da PEC 300”, ressaltou Mendonça, presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

Atualmente, tramita na Câmara Federal a Proposta de Emenda à Constituição de nº 63/11, de autoria de Mendonça Prado, que busca recursos para pagar o aumento salarial dos policiais e bombeiros militares decorrente da criação de um piso salarial nacional, previsto nas PEC’s 300/08 e 446/09.

A proposta cria o Fundo Nacional de Valorização do Profissional de Segurança Pública, com 5% da arrecadação de dois impostos federais: Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“O deputado federal Mendonça Prado tem sido um verdadeiro guerreiro na luta pela PEC 300 em Brasília. Ele tem dado uma lição de amor a Segurança Pública do Brasil”, disse o capitão Tadeu Fernandes, deputado Estadual (BA) e idealizador da audiência pública.
Por Vanessa Franco – Assessoria de Imprensa